Oficina de Ficção by João Rosa de Castro

Oficina de Ficção aborda diversos aspectos da feitura do romance tradicional, numa linguagem direta, com exemplos de descrição, narração e dissertação, além de muito bom-humor.

Oficina de ficção

Lia, em um pequeno aforismo de Humano, Demasiado Humano, que para “ser escritor” era necessário produzir esboços de romance de, no máximo, duas páginas com todas as palavras necessárias; registrar anedotas dando-lhes formas cada vez mais precisas e eficazes; juntar e retratar tipos e caracteres humanos; contar uma ou mais histórias, escutar uma ou mais histórias, atento aos efeitos provocados nos demais ouvintes; extrair de uma ciência tudo o que pudesse provocar efeitos artísticos; viajar como paisagista e pintor de costumes. Sem se esquecer de sempre questionar os motivos por que os acontecimentos se desenrolaram ao nosso redor, passar dez anos nessa atividade e em seguida dividi-la com o público para sua expansão. Como na época, eu estava na efervescência da leitura de romances de Machado de Assis e Eça de Queiroz, decidi distribuir essas tarefas do professor Nietzsche pelos sete dias da semana, e, de fato, produzi algum texto ao longo de seis anos. Cheguei mesmo a iniciar um dos romances esboçados por aqui e, inclusive, prometido no opúsculo de minha autoria, Santa Maria d’Oeste; romance que pode ser escrito de mil formas, desde que esta singela Oficina de Ficção venha a ser lida por mil leitores interessados. 

Genre: LITERARY COLLECTIONS / General

Secondary Genre: LITERARY COLLECTIONS / General

Language: Portuguese

Keywords: João Rosa de Castro, Oficina de Ficção, Romance, Histórias contadas, Anedota, Tipos e caracteres, Hipóteses

Word Count: 37234

Sales info:

Livro visitado e adquirido por centenas de leitores em língua portuguesa. Este o motivo da intenção de obter suas possíveis traduções.


Sample text:

O nome dela é Jordana. Ela não se suporta mais de tão bela. Já não aguenta os olhares. O espelho quase se torna inimigo. Eles dizem, eles tentam convencê-la. Mas ela diz que sua boca é muito pequena. Eles dizem que o batom resolve isso. Mas ela chora de tão bela. Só depois que envelhecer é que vai pensar a beleza no pretérito. Inocência. Até as idosas podem ser belas. Acha também seus cabelos muito escuros. Queria ser loira. Todos dizem que a cosmética também resolve isso. Ela é mesmo de beleza rara, mas não crê. Diz ter inveja dos feios. Queria fazer parte da maioria – ser popular. Se estressa, se desgasta, dorme pouco. Queria envelhecer logo. É daquela raça que não vê a hora de se livrar da prova. Vê tanta sinceridade na maioria da corja feia que às vezes pensa ser falsa, odiável, corruptível. Jordana é exuberante também por isso. Sabe que um passo seu que seja para além da calçada é caro. Mas queria estar como toda a gente: feia. Perguntada que é do porquê desse desejo inusitado, ela diz que ou divide a beleza com todos ou fica feia logo para ajudar a enfeitar o mundo feiamente como a maioria dos outros. Não queria viver uma velhice pensando que tudo aquilo era falso. Todas as cantadas mentiam; todos os elogios eram canibais. O nome dela é Jordana. E ela quase não aquenda mais de tão linda.


Book translation status:

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LanguageStatus
English
Already translated. Translated by Elaine Cristina Albino de Oliveira
Author review:
A qualidade do livro traduzido pela Elaine Cristina é excelente; a comunicação, o entrosamento e o respeito aos prazos superam a média dos tradutores que conheci na minha experiência de mais de vinte anos em tradução. Creio que a tradutora também usará do mesmo afinco para nos ajudar a divulgar a obra. Merece seis estrelas, até!

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