O Mestre Espelho by Monny Ismeralda

O pior inimigo do homem vive no homem

O menino que sabe e não sabe por que sabe

O mestre espelho

Um menino que sabe e não sabe por que sabe.

No deserto tunisiano, um grito ferido arrancava dos braços de uma jovem árabe um menino de cabeleira negra, Sabin Najat. Orfão, fruto da crueldade das disputas em nome do poder, foi adoptado pelo tio bondoso e perseguido pela tia perversa e insensível até que encontrou o homem mais temido, Ab Kadr, um encontro marcado pelo destino. Ab Kadr tem a missão de apresentá-lo ao mestre Espelho, o senhor de todos os milagres. 

“Encontrei nas mortes a vida.  
Enfermo estive, tomado pelas feridas de fogo. Oh ínfima indignação ser rejeitado pelo sangue do meu coração, minha esposa. Em mim tudo se quebrava e eu de fora para dentro morria. Ela sorria, porque tratava das minhas riquezas com o amor que nunca me proporcionou. De filho, marido, irmão tornei-me apenas um ser doente e desprezível, nem sequer tiveram a coragem de chamar-me pelo meu nome. Os amigos também me abandonaram.  
Minha família tirou-me a fortuna.  
Por muito tempo fui tudo o que pude e agora me tornei o nada que ninguém queria ter. Devagar o mundo saía de mim e em pleno desespero, assistia o vazio do nada devorar a minha paz. 
A porta da rua foi-me a única opção, um adeus encomendado à morte. Para não falar de solidão recebi dos animais o amor que me foi negado. Os gatos não me temiam e muitas vezes lamberam as minhas feridas. Uma linguagem sentida que dispensa a mentira das palavras.  
O que não me temia, não vivia a vida dos homens, pertencia aos mortos ou estava na morte.
 Fiz do deserto a minha casa. Lá os medos desaparecem, a sede da posse vira areia seca e as perdas se transformam em chuva santa.  
É no deserto onde todo homem é confrontado pelo cemitério de amores escondido no próprio peito” 

Genre: FICTION / Historical

Secondary Genre: SELF-HELP / General

Language: Portuguese

Keywords: terrorismoo, Deus , islamismo preconceito religioso , islamismo , cultua árabe, depressão, depresão

Word Count: 54.54

Sample text:

Ela, com os lábios lambuzados pelo fel do sorriso cínico empurrou a vassoura de palha no chão, curvou-se e arrebatou o saco da mão dele:-Agora irei lhe ensinar a respeitar os mais velhos.

Os dedos ressecados agarraram um jarro amarrado por uma corda na altura da tampa. Os nós ela desfez como dentes de lobo em ovelha e a tampa reteve para si. Deu uma gargalhada preguiçosa e fez um pedido absurdo:-Ponha a mão ai dentro.

-Senhora porque me pede isto, se jamais seria capaz de pôr a própria mão nestas coisas fedorentas?

-Estou lhe ensinando a ser mais obediente.

-Obedeço a ordens, mas não sigo injustiças.

Dalilah deu outra gargalhada e zombou dele: - Adultos mandam, crianças obedecem.

-Adultos não passam de crianças grandes que aprendem a pensar para cometer erros maiores. 

- Poderia cortar a sua língua se quisesse, mas não sujarei as minhas mãos com este sangue maldito.

-Como haveria de me ensinar a ser obediente desobedecendo a Deus? Se o altíssimo não cortaria a minha língua com qual direito a senhora assim procederia?

-Criança atrevida! Diga agora quem lhe ensinou estas coisas?

-Senhora apenas sei que sei.

-Como ousa a mentir para mim? 

Ela empurrou o jarro contra o queixo dele:-Ponha a mão aí dentro, criança imunda!

Ele franziu o nariz, deu o lado direito da face, o silêncio dos sábios, gesto sincero que atiçou ainda mais o ódio dela.

Quando a ira é ferida, a vontade se parte em pedaços de vingança. Ela agarrou a mão dele e enfiou-a no jarro:- Isto aí é a sujeira de onde você veio, o povo da sua mãe!


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